O "calcanhar de Aquiles" da cultura da cana-de-açúcar reside no fato de que ainda não foi possível aumentar significativamente a produtividade do setor, devido a alguns fatores, como o longo ciclo de vida da produção de cana-de-açúcar (dado o maior investimento em Capex renovável por hectare), menores investimentos no setor e a genética complexa da cana-de-açúcar. A opinião é do Citi, que distribuiu um relatório a clientes, depois de participar do evento CTC Day, em Piracicaba (SP), nesta terça-feira, 15.
“Se o CTC conseguir atingir sua meta de aumentar a produtividade da cana-de-açúcar, acreditamos que todo o setor será beneficiado, com destaque para nossa cobertura (São Martinho, Raízen e Jalles), pois, em nossa visão, espera-se que a tecnologia de sementes seja revolucionária para o setor, com simplificação do processo de plantio, menores custos operacionais e, principalmente, implicando em adoção mais rápida de novas tecnologias pelo setor”, diz o texto.
“Considerando esse cenário de maior produtividade da cana-de-açúcar, poderemos observar menores custos unitários e maior oferta de produtos, o que implica que o etanol de cana-de-açúcar pode aumentar sua competitividade em relação ao etanol de milho no mercado interno, e a maior produção pode permitir que o Brasil aumente seus volumes de exportação e/ou apoie a produção de biocombustíveis avançados (ou seja, SAF).”
O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) divulgou seu plano de dobrar a produtividade da cana-de-açúcar até 2040, apoiado principalmente em três pilares: 1) melhoramento genético, a partir de novas variedades de cana-de-açúcar; 2) biotecnologia, com o desenvolvimento de novas características (como resistência a pragas); e 3) tecnologia de sementes para o cultivo da cana-de-açúcar, visando maior eficiência e expansão mais rápida de novas variedades.
Com base nisso, a empresa espera lançar três novos produtos nos próximos anos: uma cana-de-açúcar mais produtiva, uma variedade transgênica com resistência a plantas invasoras e um sistema de plantio por sementes.
Fernanda Pressinott