Proposta de compra da Amerra descumpriu edital da Clealco, afirma CEO
Além de não ter cumprido ao menos três pontos do edital, valor proposto para a usina Queiroz estaria abaixo do preço de mercado
Não foi dessa vez que a usina Queiroz, da Clealco, mudou de mãos. Em recuperação judicial desde maio deste ano, o grupo aprovou com seus credores um plano que determina a venda da usina como uma Unidade Produtiva Independente (UPI). Localizada em Queiroz (SP), a usina tem capacidade de moagem de 4,5 milhões de toneladas e operou normalmente na temporada 2019/20.
Para a venda, a Clealco estabeleceu um prazo para o recebimento de ofertas, mas o único interessado foi a Amerra Capital Management. O fundo apresentou uma proposta de compra em 31 de outubro, mas ela foi negada por unanimidade pelos credores durante assembleia ocorrida no último dia 19.
Conforme a Clealco, o grupo apresentou duas opções de compra, sendo uma a vista e outra a prazo. Além disso, foi feita uma segunda proposta no valor de R$ 385 milhões pela São Paulo Gestora de Recursos. Porém, a oferta sequer foi analisada. “A proposta mencionada foi protocolada fora do prazo, alguns dias após a abertura das propostas pelo juízo da recuperação. Por esta razão, foi totalmente desconsiderada”, informa a companhia.
A Amerra, por sua vez, ofereceu US$ 47 milhões pela unidade. Conforme o CEO da Clealco, Alberto Pedrosa, isso significa pouco mais de US$ 10 por tonelada de capacidade de moagem. “Um valor tremendamente baixo”, garante.
Além disso, ao menos três disposições do plano de recuperação e do edital lançado não foram cumpridas pelo grupo comprador, relata Pedrosa.
Para entender os motivos da negativa dos credores, o novaCana entrevistou o CEO da Clealco, Alberto Pedrosa, que detalhou como o processo funcionou internamente. Ele também falou sobre as perspectivas de venda da usina e o destino das outras duas unidades do grupo Clealco.