Com o fim do prazo para apresentação das metas do RenovaBio referentes à 2024 e a identificação das 61 distribuidoras que não cumpriram seus objetivos, os olhares se voltam para o mercado de créditos de descarbonização (CBios) em 2025.
Em um rateio preliminar, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determinou que 160 distribuidoras deverão retirar de circulação os 40,39 milhões de CBios referentes à meta de 2025. Este volume, que deverá ser entregue até dezembro deste ano, ainda terá o acréscimo dos créditos pendentes de 2024.
De acordo com o Itaú BBA, o mercado de créditos de carbono deve ficar mais apertado em 2025. O banco espera que sejam emitidos 40,2 milhões de CBios no ano, o que representaria uma queda anual de 2,4% – e ficaria abaixo da atual meta. Também é esperada uma redução na inadimplência, por conta das regras mais rígidas sancionadas no final do ano.
Conforme a bolsa de valores brasileira B3, única entidade registradora do programa, as usinas emitiram 1,48 milhão de CBios na primeira quinzena de 2025 – alta de 46,4% em relação aos 1,01 milhão de créditos emitidos no mesmo período de 2024.
De acordo com a ANP, 324 usinas possuem certificações do RenovaBio aprovadas no momento. Destas, três fabricam biometano e outras 37, biodiesel.
Dentre as 284 usinas de etanol certificadas, 270 utilizam apenas a cana-de-açúcar como matéria-prima; seis processam cana e milho; sete apenas milho; e uma produz biocombustível de primeira e de segunda geração de forma integrada.
Desde o início do programa, em 2020, até agora, 160,22 milhões de créditos foram emitidos pelas usinas.
No dia 15 de janeiro, a B3 fechou a sessão com 17,89 milhões de créditos em circulação. Com isso, os créditos atualmente disponíveis no mercado seriam suficientes para atender a 44,3% da meta para 2025, de 40,39 milhões.
Deste total, 13,75 milhões, ou 76,9%, estavam em posse das usinas certificadas no programa. As distribuidoras detinham 22,6% do montante, ou 4,04 milhões de CBios. Já os 97,63 mil títulos restantes (0,5%) estavam com investidores sem metas.
Contabilizando os créditos em circulação, os aposentados na quinzena e os 181 mil títulos que foram retirados de circulação de forma antecipada no ano passado, o volume chega a 18,19 milhões de CBios, o que representaria 45% da meta atual.
Na primeira quinzena de janeiro, 12,49 mil CBios foram aposentados, queda de 96,1% em relação aos 318,06 mil títulos que foram retirados de circulação na mesma quinzena do ano passado. Naquele momento, o mercado ainda aguardava o encerramento do ciclo 2023, que teve vencimento em março de 2024.
Conforme a B3, a última aposentadoria feita por companhias sem metas a cumprir ocorreu no dia 9 de dezembro, com 17,67 mil créditos saindo de circulação.
Segundo as regras do RenovaBio, a retirada de títulos feita pelas chamadas “partes não obrigadas” pode ser deduzida dos objetivos finais do programa. Com isso, as aposentadorias do ciclo 2024 devem ser contabilizadas neste ano.
Entre a última quinzena de 2024 e a primeira quinzena de 2025, houve um aumento de 3,1% no preço dos CBios. No período mais recente, os créditos foram negociados por, em média, R$ 77,06. O valor ficou 11,8% abaixo da média histórica do programa, de R$ 87,40.
Os números são resultado de cálculos realizados pelo NovaCana a partir dos dados da B3.
Na quinzena, os títulos foram negociados entre R$ 70 e R$ 78,50. O menor valor foi visto no dia 2, enquanto o maior foi registrado no dia 7.
Segundo a B3, ocorreram 1,44 mil negociações na quinzena, movimentando 2,34 milhões de créditos.
“Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a B3.
Giully Regina – NovaCana
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