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São Martinho sobe com aposta do BTG em retomada de alta: “hora de aproveitar a virada”

Ação avança com aposta do BTG em recuperação estrutural dos preços do açúcar e retomada do etanol


Exame - Publicado: 19 Mai 2025 - 14:08

As ações da São Martinho avançam cerca de 2% nesta segunda-feira, 19, entre as maiores altas do Ibovespa, impulsionadas por um relatório do BTG Pactual que reforça a visão otimista para a companhia, mesmo diante do cenário desafiador para preços de açúcar e petróleo.

O banco reiterou recomendação de compra e cortou o preço-alvo de R$ 44 para R$ 39 – o que ainda implica potencial de valorização de 92% sobre o fechamento mais recente.

Segundo o BTG, a ação tem sido penalizada de forma exagerada pela queda nos preços do açúcar e pela possibilidade de cortes na gasolina pela Petrobras, o que impactaria a competitividade do etanol.

Desde o chamado “Dia da Libertação”, quando o presidente Donald Trump anunciou tarifas comerciais mais severas, o Brent recuou 13% e o açúcar, 10%. No mesmo período, as ações da São Martinho acumulam queda de 4%.

Ainda assim, os analistas avaliam que o momento atual oferece uma janela de oportunidade para os investidores. “Mesmo em um cenário conservador, com corte de 5% na gasolina e queda nos preços do etanol, a ação ainda oferece um yield de FCF de 12%”, escreveram os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.

Outro ponto de apoio para a tese é a resiliência da demanda por etanol. O BTG destaca que, nas principais regiões consumidoras, a relação com o biocombustível custa menos de 70% o preço da gasolina – limiar em que o etanol se torna mais vantajoso que a opção fóssil. Isso deve manter os preços sustentados, mesmo com a entrada em vigor da nova regra de PIS/Cofins.

A São Martinho também aparece como uma das apostas estruturais do banco no setor de açúcar e etanol. A análise aponta que o crescimento da demanda global e a limitação de oferta – já que usinas brasileiras operam perto do limite de capacidade – devem levar a preços estruturalmente mais altos.

Com forte geração de caixa e retorno sobre capital em trajetória ascendente (ROIC deve chegar a 20% em 2027, segundo o modelo do banco), a São Martinho também estuda novas alternativas de alocação de capital.

Uma das principais é a expansão da produção de etanol de milho, que tem retorno estimado de 15%. Caso a empresa não siga por esse caminho, os analistas afirmam que a distribuição de dividendos ou recompra de ações se torna a alternativa mais provável.

Mesmo depois de revisar para baixo as estimativas para o ciclo 2025/26, o BTG ainda projeta crescimento de 16% no Ebitda ajustado, para R$ 3,8 bilhões, e uma geração de caixa livre de R$ 950 milhões – o equivalente a um retorno de 13,5%.

“A ação ficou para trás em relação às commodities e ao próprio setor. Com a normalização do mix de produtos e forte geração de caixa, seguimos vendo a São Martinho como uma companhia de alta qualidade e com upside relevante”, conclui o relatório.

Natalia Viri

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