O plantio de cana-de-açúcar em Lagoa da Prata (MG) e o seu custo ambiental se tornou, novamente, tema de debate entre os moradores da cidade. Na última semana, um vídeo em circulação nas redes sociais associou a retirada da vegetação de uma grande área rural à Raízen. As imagens causaram indignação e revolta.
No vídeo, um terreno de arrendamento da empresa, antes coberto com árvores características do cerrado brasileira, com espécies como o pequizeiro e Jatobá, aparece arrasada, sem qualquer sinal da flora que ali estava, exceto pelos troncos arrancados, entulhados na lateral da área.
Um morador das proximidades, que não aparece no vídeo, atribui o manejo das árvores à usina da cidade. Enquanto mostra as árvores derrubadas no chão, ele conta sua preocupação com o futuro da área, especialmente quanto ao uso de agrotóxicos. “Essas árvores serão replantadas, e serão replantadas onde? A usina vai plantar cana, jogar agrotóxicos”, questionou.
O Jornal Cidade entrou em contato com a Raízen nesta terça-feira, 26, buscando o esclarecimento de algumas perguntas suscitadas pelo vídeo, como se o procedimento foi, de fato, realizado por eles, se há licença para o manejo dessas árvores, qual a finalidade da retirada e se elas serão replantadas.
Em nota, a Raízen afirmou que o procedimento cumpriu a legislação vigente e reforçou o seu compromisso com o desenvolvimento de ações sustentáveis.
“A Raízen informa que na última sexta-feira, 22, realizou o manejo de árvores e limpeza de uma área rural no município de Lagoa da Prata (MG). Com todas as licenças ambientais cumpridas, a companhia, que utilizará a terra para plantação de cana-de-açúcar, fará o plantio de 170 mudas na propriedade em questão, proporcional ao que determina a legislação vigente. A empresa reforça seu compromisso com cadeias de suprimentos e conta com apoio de especialistas para o desenvolvimento de ações sustentáveis e seguras em suas operações e nas comunidades do entorno. A companhia ressalta, ainda, que está disponível para oferecer suporte e esclarecimento de eventuais dúvidas”, disse a nota.
Como as espécies das 170 mudas que a Raízen se comprometeu a plantar na propriedade não foram especificadas, o Jornal Cidade entrou em contato novamente com a empresa, pedindo mais detalhes. De acordo com a empresa, serão plantadas árvores de pequi e Ipês, com previsão para outubro deste ano.