Em meio a problemas climáticos que afetaram a safra 2023/24, a colheita total de milho do Brasil deve ser menor ante a temporada anterior, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira, 12.
A produção foi estimada em 115,72 milhões de toneladas, praticamente estável em relação aos números de agosto, mas uma queda de 12,3% versus o ciclo passado, disse a Conab em seu 12º e último levantamento para a temporada.
“Na primeira safra, as altas temperaturas e chuvas irregulares afetaram importantes regiões produtoras, como Minas Gerais”, descreve a Conab. “No segundo ciclo do cereal, o clima foi mais favorável em Mato Grosso e Goiás, por exemplo. Mas, em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, veranicos ocorridos em março e abril, aliados a altas temperaturas e ataques de pragas, comprometeram o potencial produtivo do cereal”.
A safra do cereal também foi afetada por uma diminuição de área plantada, em meio a preços desfavoráveis aos agricultores.
A previsão de exportação de milho do Brasil em 2024 ficou estável em 36 milhões de toneladas, contra recorde de 54,6 milhões do ciclo passado.
Com redução nas principais colheitas (soja e milho), a safra total de grãos e oleaginosas do Brasil em 2023/24 foi estimada em 298,4 milhões de toneladas, quase estável na comparação mensal. Mas isso significa um recuo de 6,7% ante 2022/23.
“A diminuição observada se deve, principalmente, à demora na regularização de chuvas no início da janela de plantio, aliada às baixas precipitações durante parte do ciclo das lavouras nos estados da região Centro-Oeste, do Matopiba, em São Paulo e no Paraná”, afirmou a Conab, em nota.
A estatal ainda citou o excesso de precipitação registrado no Rio Grande do Sul, sobretudo nas lavouras de primeira safra.
Ainda assim, esta é a segunda maior safra a ser colhida na série histórica da Conab, afirmou a estatal em relatório. Isso foi possível em meio a um aumento de 4,4% na área planta de soja, para um recorde de 46 milhões de hectares. A oleaginosa é a principal cultura do país, maior produtor e exportador de soja.
Considerando todas as culturas, a área semeada com grãos e oleaginosas no Brasil ficou estimada em 79,82 milhões de hectares, acréscimo anual de 1,6%.
Roberto Samora