Os destaques sobre os preços dos combustíveis na semana de 23 a 29 de março:
Os valores do etanol caíram em 18 estados e no Distrito Federal e os da gasolina reduziram em 22 unidades da federação
O consumo do biocombustível é tido como economicamente vantajoso em cinco estados
O preço do etanol hidratado caiu nas usinas paulistas e mato-grossenses, mas subiu nas goianas
Levantamento de preços da ANP foi realizado em 388 cidades brasileiras, oito a mais do que no período anterior
Entre os dias 23 e 29 de março, os preços do etanol e da gasolina caíram na média nacional. O renovável baixou 0,9%, de R$ 4,36 por litro para R$ 4,32/L, e seu concorrente fóssil decaiu 0,5% na semana, de R$ 6,35/L para R$ 6,32/L.
Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos – desta forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.
Assim, o preço do renovável se manteve dentro da faixa considerada economicamente favorável para o consumidor. Conforme a ANP, a relação entre o valor do etanol e o da gasolina foi de 68,4% na média nacional, abaixo ante os 68,7% do período anterior.
Nas médias estaduais, por sua vez, o biocombustível é considerado competitivo em cinco estados.
De 24 a 28 de março, o hidratado foi vendido pelas usinas de São Paulo a R$ 2,7314/L, queda de 0,9% frente aos R$ 2,7572/L do período anterior. Já as usinas goianas tiveram um aumento de 0,5% e as mato-grossenses registraram baixa de 0,9%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.
Em relação ao valor nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa da ANP foi feita em 388 cidades, oito a mais do que na semana anterior.
De acordo com a ANP, de 23 a 29 de março, os preços médios do etanol caíram em 18 estados e no Distrito Federal, aumentaram em cinco e ficaram estáveis em três. Já os da gasolina tiveram queda em 22 unidades da federação, subiram em três e se mantiveram duas.
Em São Paulo, o valor médio do biocombustível reduziu 0,5%, para R$ 4,17/L, enquanto a gasolina baixou 0,2%, para R$ 6,17/L. Assim, a relação entre os preços ficou em 67,6%, um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.
Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,40/L, com queda de 1,1%. Já a gasolina baixou 0,5% na semana, para R$ 6,31/L. Desta forma, a relação entre os preços dos combustíveis foi de 69,7%, sem vantagem econômica para o consumo do renovável.
Por sua vez, Minas Gerais registrou diminuição de 0,2% no preço do etanol, que foi negociado a R$ 4,31/L; e a gasolina teve retração de 0,3%, para R$ 6,12/L. Nesse caso, o renovável custou o equivalente a 70,4% do preço do combustível fóssil, em um nível considerado economicamente desfavorável.
Em Mato Grosso, o valor médio do etanol caiu 1%, para R$ 4,04/L, o menor dentre todos os estados, enquanto a gasolina baixou 0,6%, para R$ 6,25/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 64,6%, considerada a mais competitiva do país.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 0,2%, para R$ 4,07/L, e a gasolina teve elevação de 0,2%, indo a R$ 6,14/L. Assim, o valor do biocombustível correspondeu a 66,3% do preço de seu concorrente fóssil.
Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 68,7% do preço da gasolina, um patamar considerado vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol caiu 0,2%, para R$ 4,56/L, e o da gasolina ficou estável em R$ 6,64/L.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma inicial previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.
Entretanto, o alcance do estudo foi reduzido a partir de julho de 2024 devido a cortes no orçamento da ANP. Com isso, a abrangência máxima passou a ser de 358 cidades.
Apesar disso, o levantamento mais recente totalizou 388 municípios, superando esse limite, algo que vem ocorrendo nos últimos meses.
Gabrielle Rumor Koster – NovaCana