Os destaques sobre os preços dos combustíveis na semana de 20 a 26 de abril:

1. Os valores do etanol caíram em 13 estados e os da gasolina reduziram em 17 unidades da federação

2. O consumo do biocombustível é tido como economicamente vantajoso em cinco estados

3. O preço do etanol hidratado caiu nas usinas paulistas, goianas e mato-grossenses

4. Levantamento de preços da ANP foi realizado em 370 cidades brasileiras, uma a menos do que no período anterior

Entre os dias 20 e 26 de abril, os preços do etanol ficaram estáveis na média nacional, mas os da gasolina caíram. O renovável permaneceu em R$ 4,32 por litro, enquanto o seu concorrente fóssil reduziu 0,3% na semana, de R$ 6,33/L para R$ 6,31/L.

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Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos. Dessa forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.

Assim, o preço do renovável se manteve dentro da faixa considerada economicamente favorável para o consumidor, mas avançou para mais perto do limite. Conforme a ANP, a relação entre o valor do etanol e o da gasolina foi de 68,5% na média nacional, superior aos 68,2% do período anterior.

Nas médias estaduais, por sua vez, o biocombustível é considerado competitivo em cinco estados.

De 22 a 25 de abril, o hidratado foi vendido pelas usinas de São Paulo a R$ 2,708/L, queda de 0,2% frente aos R$ 2,714/L da semana anterior. Já as usinas goianas tiveram uma redução de 0,5% e as mato-grossenses, de 0,1%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.

Variações nos estados

Em relação ao valor nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa da ANP foi feita em 370 cidades brasileiras, uma a menos do que na semana anterior.

De acordo com a ANP, de 20 a 26 de abril, os preços médios do etanol caíram em 13 estados, aumentaram em oito e no Distrito Federal e ficaram estáveis em cinco. Já os da gasolina tiveram queda em 17 unidades da federação, subiram em sete e se mantiveram em três.

Em São Paulo, o valor médio do biocombustível caiu 0,2%, para R$ 4,11/L, enquanto a gasolina baixou 0,2%, para R$ 6,15/L. Assim, a relação entre os preços ficou em 66,8%, um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.

Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,60/L, com elevação de 1,3%. Já a gasolina subiu 0,5% na semana, para R$ 6,35/L. Dessa forma, a relação entre os preços dos combustíveis foi de 72,4%, sem vantagem econômica para o consumo do renovável.

Por sua vez, Minas Gerais registrou redução de 0,5% no preço do etanol, que foi negociado a R$ 4,34/L; e a gasolina teve queda de 0,5%, para R$ 6,23/L. Nesse caso, o renovável custou o equivalente a 69,7% do preço do combustível fóssil, em um nível economicamente favorável, mas bem próximo ao limite.

Em Mato Grosso, o valor médio do etanol reduziu 0,5%, para R$ 3,99/L, o menor dentre todos os estados, enquanto a gasolina caiu 0,3%, para R$ 6,17/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 64,7%, considerada a mais competitiva do país.

Já em Mato Grosso do Sul, o etanol subiu 0,5%, para R$ 4,07/L, e a gasolina ficou estável em R$ 6,10/L. Assim, o valor do biocombustível correspondeu a 66,7% do preço de seu concorrente fóssil.

Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 68,3% do preço da gasolina, um patamar considerado vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol caiu 0,2%, para R$ 4,52/L, e o da gasolina baixou 0,2%, para R$ 6,62/L.

Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.

Pesquisa de preços

Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma inicial previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.

Entretanto, o alcance do estudo foi reduzido a partir de julho de 2024 devido a cortes no orçamento da ANP. Com isso, a abrangência máxima passou a ser de 358 cidades.

Apesar disso, o levantamento mais recente totalizou 370 municípios, superando esse limite, algo que vem ocorrendo nos últimos meses.

Gabrielle Rumor Koster – NovaCana