O preço do milho no mercado físico em Mato Grosso chegou a R$ 38,39 a saca na semana encerrada no dia 1º de março, queda de 12,48% na comparação com a mesma semana do início de fevereiro. Foi o que informou, nesta segunda-feira, 4, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
“Esse recuo está ligado à maior disponibilidade de milho no mercado interno, em decorrência da maior oferta da safra 2022/23, aliado a comercialização que continua atrasada em relação ao mesmo período da safra 2021/22”, disse o Imea, em boletim.
O preço do milho no estado já está 40,75% menor que no mesmo período de 2023. “Com essa queda expressiva nos preços, os produtores mato-grossenses estão desmotivados, uma vez que nesse período de entressafra, historicamente, o preço da commodity tende a reagir", ressaltou o Imea.
“Assim, o que pode influenciar nas movimentações das cotações do cereal são as perspectivas de produção da próxima temporada, que ainda estão em aberto”, acrescentou.
Com os preços em patamares baixos, o produtor mato-grossense não tem estímulo para investir na cultura e deve plantar 6,94 milhões de hectares na segunda safra, na temporada 2023/24. A projeção do Imea é a mesma do mês passado, mas representa uma queda de 7,31% em comparação com a área do ciclo 2022/23.
“A região que mais apresentou retração na área foi a nordeste, com 11,81% ante a safra 2022/23. Isso porque, as outras culturas como gergelim, sorgo e entre outras devem aumentar a participação nesta temporada, já que o custo de produção é menor que o do milho”, disse o Imea, em boletim.
Mesmo considerando um menor investimento do produtor na cultura do milho, o instituto manteve a projeção de 103,86 sacas por hectare, queda de 11,08% quando comparado com a safra passada. A expectativa de produção ficou em 43,28 milhões de toneladas, 17,58% menor que a safra 2022/23.
“É importante ressaltar que as condições climáticas serão fatores decisivos para o desenvolvimento da safra e da produtividade final da temporada, e que esse número poderá ser revisado no decorrer do desenvolvimento da cultura até o final da colheita”, lembrou o Imea.
Paulo Santos