A energia vinda da cana-de-açúcar vai muito além da produção de etanol. Conforme levantamento realizado pela consultoria FG/A, a geração de eletricidade, por exemplo, recebeu fortes aportes financeiros especialmente entre 2009 e 2014. Neste período, de acordo com o sócio-fundador da consultoria, Juliano Merlotto, a área recebeu greenfields e investimentos de grandes grupos do setor. Segundo o executivo, os aportes continuaram nos anos seguintes, mas mais voltados a ampliações e melhoria de eficiência.
Mesmo assim, ainda há espaço para crescer, tanto no uso da usina em sua própria operação quanto na venda da eletricidade produzida.
Atualmente, 347 sucroenergéticas estão em operação segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Deste total, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), apenas 55% exporta volumes excedentes de energia à rede, ou seja, 192 unidades. No Paraná, este índice é ainda menor, de 36%, com somente nove das 23 existentes no estado comercializando eletricidade.
Ao mesmo tempo em que a cogeração por meio da queima da palha e do bagaço ainda tem um potencial a ser explorado, outro produto vem lentamente ganhando espaço nos investimentos e visões de futuro dos produtores: o biogás. Também obtido a partir dos resíduos sucroenergéticos, ele pode gerar receita adicional às usinas graças à energia extra, que pode ser consumida pela própria empresa ou comercializada externamente.
O gás é extraído de diversas biomassas industriais ou agroindustriais; no caso das sucroenergéticas, são usadas principalmente a vinhaça e a torta de filtro, embora também seja possível utilizar palhas e pontas da cana. Ele é empregado na geração de energia elétrica ou térmica, mas também pode ser usado para a produção de biofertilizantes. O produto ainda pode ser processado para o biometano, combustível que tem potencial para substituir o diesel na frota da própria usina, por exemplo.
Estes processos ainda são considerados benéficos para a melhoria da nota de eficiência energética das companhia no programa RenovaBio e, consequentemente, podem aumentar a geração de créditos e de receita.
De olho nestas fontes energéticas, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) resolveu buscar parcerias com usinas sucroenergéticas interessadas em aproveitar resíduos para a geração termelétrica e produção de biogás, com seus subprodutos.
Confira, na versão para assinantes, a entrevista completa com o gerente de desenvolvimento de negócios de geração da Copel, Gustavo Ortigara, sobre as possíveis parcerias e benefícios que as usinas podem ter na produção de biogás e biometano.
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