Distribuidoras

Distribuidoras

Sem briga pela Vibra, Petrobras sonda outras distribuidoras


O Estado de S. Paulo - Publicado: 25 Jul 2023 - 08:39

Apesar de descartar que esteja analisando uma eventual compra da Vibra (antiga BR Distribuidora) no momento, a Petrobras não vai desistir de voltar ao mercado de distribuição de combustíveis, informaram fontes ligadas ao setor.

A empresa quer pelo menos ter a sua valiosa marca de volta. Segundo apurou o Broadcast, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, tem sondado outras distribuidoras com objetivo de “ter os pés de novo no chão, junto ao consumidor”, como o executivo já afirmou publicamente.

A marca dos postos Petrobras, da antiga BR Distribuidora, foi arrendada por 10 anos para a Vibra na época da privatização, em 2021. Segundo uma fonte, a ideia é recomprar ou renegociar pelo menos a marca Petrobras de volta, já que a Vibra, por ser uma corporação (chamada “empresa sem dono”), teria uma aquisição cara e complexa, tornando a operação mais difícil de conclusão.

Em recente balanço que fez sobre os seis meses da sua gestão, Prates chegou a dizer que não adiantava “bater na mesa, gerar um conflito, criar uma crise midiática” para ter a BR de volta.

“O que a gente tem que fazer, com responsabilidade, é chamar para conversar sobre o contrato e perguntar: vocês acham isso certo? Nós vamos analisar isso com eles no momento certo”, disse na ocasião sobre o uso da marca da empresa.

Segundo outra fonte, o executivo já teria conversado com algumas distribuidoras, incluindo a Alesat, quarta maior distribuidora do país, presente há 25 anos no mercado. A empresa nasceu da fusão da Ale Combustíveis, de Minas Gerais, com a Satélite Distribuidora de Petróleo, do Rio Grande do Norte, e tem a vantagem de ter postos espalhados por quase todo país. Ao todo são 1,5 mil postos e 12 mil empregos diretos e indiretos.

Outras empresas também teriam sido consultadas, segundo a fonte. Oficialmente, porém, a Petrobras nega qualquer movimento nesse sentido.

“Do poço ao posto”

Mesmo antes de tomar posse na presidência da Petrobras, em janeiro, Prates se manifestou contra a venda BR Distribuidora, subsidiária que garantia a integração total da estatal, “do poço ao posto”, como se costuma dizer no setor.

“A gente concorda que a Petrobras deve ser integrada. Como reverter isso é mais complexo e tem que ser feito com mais responsabilidade do que da forma como tiraram ela (BR) da Petrobras”, explicou o executivo, referindo-se à venda da BR pelo governo Bolsonaro.

Segundo ele, o Plano Estratégico da empresa, que será divulgado em novembro, já poderá trazer as perspectivas da volta da estatal ao setor de distribuição.

Para o professor do Instituto de Economia da UFRJ e ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Helder Queiroz, faz todo sentido a Petrobras tentar voltar ao mercado de distribuição, “de onde não deveria nunca ter saído”, afirmou.

“A integração era uma fonte fundamental para a Petrobras e seria uma maneira de retomar algum grau de integração de um elo da cadeia que ficou para trás”, avaliou.

Sobre uma possível aquisição de outra empresa, que não a Vibra, Queiroz vê sentido na estratégia de aquisição de distribuidoras menores.

Mas ele alerta que a volta ao segmento não significaria que os preços dos combustíveis seriam reduzidos para o consumidor. “O preço vai depender muito mais da nova estratégia comercial da companhia e do grau de concorrência entre as distribuidoras”, disse.

Outros destaques

Acompanhe as notícias do setor
Assine nosso boletim

Outros Destaques

Usinas
Raízen anuncia venda da usina Leme para Ferrari e Agromen por R$ 425 milhões
Raízen anuncia venda da usina Leme para Ferrari e Agromen por R$ 425 milhões
Usinas
Raízen negocia venda de mais quatro usinas de cana-de-açúcar
Raízen negocia venda de mais quatro usinas de cana-de-açúcar
Financeiro
“Estamos nos dedicando a corrigir os erros que cometemos”, diz Ometto sobre Raízen
“Estamos nos dedicando a corrigir os erros que cometemos”, diz Ometto sobre Raízen
Investimento
Brasil, Raízen e companhia chinesa assinam acordo para investimento de US$ 1 bi em SAF
Brasil, Raízen e companhia chinesa assinam acordo para investimento de US$ 1 bi em SAF