Consumo de hidratado é de 12,99 bilhões de litros no acumulado de 2022
Volume representa queda de 10% na comparação anual; apenas em outubro, motoristas demandaram 1,29 bilhão de litros
De janeiro a outubro deste ano, o consumo nacional de etanol hidratado somou 12,99 bilhões de litros – diminuição de 10% ante o mesmo recorte de tempo em 2021, quando o volume era de 14,44 bilhões de litros. O montante atual também é o mais baixo já visto para os primeiros dez meses do ano desde 2017.
Considerando os mesmos parâmetros, o consumo de gasolina chegou a 34,85 bilhões de litros, um acréscimo de 9,6% em relação aos 31,81 bilhões de litros vistos até outubro do ano passado.
As informações sobre o andamento do mercado de combustíveis até outubro de 2022 foram divulgadas na última quarta-feira, 30, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os dados não eram atualizados pela agência desde o final de julho. Em agosto, houve uma tentativa de ataque hacker aos sistemas da ANP, prejudicando o acompanhamento destes e de outros números.
Ainda que os números sigam demonstrando a preferência do consumidor pelo combustível fóssil, a retração do etanol está menor em relação com o acumulado do primeiro semestre do ano. Naquele momento, a variação era negativa em 15,7%.
Mas é possível que esse movimento de recuperação não ganhe força. Atualmente, o renovável deixou de ser competitivo em todos os estados brasileiros e as usinas sucroenergéticas já iniciaram a entressafra.
Em São Paulo, maior estado produtor e consumidor do biocombustível no país, foram consumidos 6,71 bilhões de litros. O volume representa uma queda de 8,6% ante os 7,34 bilhões de litros do mesmo período do ano passado.
Considerando os dois combustíveis do ciclo Otto, no período de janeiro a outubro, o volume total abastecido com gasolina e etanol (em gasolina equivalente) cresceu 4,8%, indo de 42,03 bilhões de litros para 44,03 bilhões de litros.
Resultado mensal
Apenas em outubro, o consumo de etanol foi de 1,29 bilhão de litros, acréscimo anual de 0,9%. Em relação ao mês anterior, houve uma queda de 3,3%, uma vez que em setembro foram demandados 1,34 bilhão de litros do renovável.
São Paulo foi responsável por 691 milhões de litros no período – aumento de 7,1% na comparação anual. Ainda assim, houve uma retração de 7,7% em relação aos resultados de setembro.
No mês, 19,1% do volume abastecido no país foi com etanol, uma leve queda ante os 19,9% de setembro, demonstrando uma perda de participação de mercado. Em São Paulo, o índice ficou em 35,6%, abaixo dos 38,8% registrados no período anterior.
Segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), em outubro, as unidades produtoras venderam 2,52 bilhões litros de etanol, um aumento de 16,2% em comparação com a safra passada. A entidade afirma que, no mês, houve uma “saída robusta de etanol das usinas”, o que resultou em variações positivas.
Ainda de acordo com a Unica, as sucroenergéticas comercializaram 1,31 bilhão de litros de etanol hidratado no mercado interno, um acréscimo de 3,5% ante a temporada 2021/22. As vendas de anidro, por sua vez, aumentaram em 11,8%, totalizando 941,9 milhões de litros.
No acumulado da safra, foram vendidos domesticamente 9,58 bilhões de litros de hidratado (-3,87%) e 6,31 bilhões de litros de etanol anidro (+5,29%).
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Giully Regina – NovaCana