Usinas do Centro-Sul priorizam açúcar e crescimento dos estoques de etanol desacelera
Com 8,06 bilhões de litros, armazenagem está 5,2% abaixo do nível visto há um ano
Na última quinzena de agosto, as usinas da região Centro-Sul seguiram dando preferência à produção de açúcar, segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica). No período, cerca de 48,4% da matéria-prima foi destinada à fabricação do adoçante, aumento de 2 pontos percentuais ante o mesmo período do ciclo anterior.
A estratégia tem reflexo na fabricação de etanol e nos estoques. O volume armazenado do biocombustível era de 8,06 bilhões de litros em 1º de setembro, uma queda de 5,2% em relação aos 8,5 bilhões registrados no mesmo período de 2022.
Na comparação quinzenal, o aumento foi de 789,23 milhões de litros, ou 10,9%. O resultado representa a continuidade da tendência de desaceleração na estocagem, vista desde a quinzena anterior: antes disso, entre 16 de julho e 1º de agosto, a alta foi de 1,2 bilhão de litros.
Os dados atualizados foram divulgados nesta quarta-feira, 14, pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
De acordo com os números da Unica, as usinas do Centro-Sul produziram 2,25 bilhões de litros do biocombustível no período, retração anual 1,2%. Deste total, o equivalente a 35,1% foi armazenado.
Em São Paulo, maior estado produtor e consumidor do biocombustível, o volume estocado em 1º de setembro totalizava 4,14 bilhões de litros. Isso representa uma queda de 11,3% ante o mesmo período da safra anterior.
Entre os principais estados produtores do Centro-Sul, Minas Gerais registrou um crescimento anual de 10,8% em seus estoques, sendo seguido de Mato Grosso, com 6,7%. Enquanto isso, Paraná teve uma diminuição de 11,2%, enquanto Goiás caiu 1% e Mato Grosso do Sul, 2,6%.
Hidratado e anidro
Considerando o tipo de etanol, o hidratado tem ganhado a preferência das sucroenergéticas – ao menos em comparação com os índices da safra passada. Neste caso, os estoques seguem acima da posição de um ano atrás, enquanto os volumes de anidro seguem abaixo dos vistos em 2021.
Ao final de agosto, estavam armazenados 5,03 bilhões de litros do biocombustível a ser utilizado diretamente para abastecer os veículos – aumento de 11% ante a posição em meados de agosto. Em relação a 2021, o acréscimo foi de 1,4%.
Por sua vez, o etanol a ser misturado à gasolina teve um avanço quinzenal de 10,6%, somando 3,02 bilhões de litros. Na comparação anual, entretanto, houve uma retração de 14,5%.
Em 1º de setembro, São Paulo registrou em seus estoques 2,39 bilhões de litros de hidratado, retração anual de 7,9%. Já o volume de anidro armazenado caiu 15,6%, totalizando 1,76 bilhão de litros.
NovaCana DATA (exclusivo assinantes)
Giully Regina – NovaCana