
Álcoolduto ou etanolduto
Álcoolduto ou etanolduto
Semelhante ao oleoduto, que consiste em uma rede de tubulação para o transporte de petróleo e seus derivados, o álcoolduto – também chamado de etanolduto – é uma rede de dutos para o transporte de etanol. Este é um dos sistemas de transporte que as usinas podem utilizar para enviar o biocombustível para as distribuidoras, que então segue para ser vendido nos postos.
No Brasil, há dois projetos de álcoolduto, um em andamento e outro em planejamento. O primeiro liga vários estados brasileiros e está sendo executado pela Logum Logística S/A, empresa criada pela Petrobras em parceria com Cosan, Copersucar, Odebrecht, Camargo Corrêa e Uniduto. O segundo ainda está em fase de discussão no Paraná.
O projeto da Logum é composto não apenas pela "rede de tubulação", mas sim por um sistema logístico multimodal, que inclui também transporte hidroviário. O objetivo é ligar as regiões produtoras de etanol dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul ao principal ponto de armazenamento de distribuição, em Paulínia (SP).
Quando finalizado, o álcoolduto terá capacidade de transporte de até 21 milhões de metros cúbicos de etanol por ano e de armazenamento de mais de 800 milhões de litros do combustível. Para a construção do sistema, que faz parte do PAC, serão investidos R$ 7 bilhões.
A vantagens dos dutos
Este sistema de transporte pode evitar emissões de gases do efeito estufa (GEE) e reduzir prazos e custos de entrega. Segundo estimativas, o custo do transporte por dutos deve ser até 20% menor do que o rodoviário. Isso significa que uma usina pode entregar sua produção de etanol de forma mais rápida, eficiente e com menor custo.
Os problemas
A dificuldade, no entanto, está no alto custo de instalação e nos desafios ambientais. Estes dois problemas possuem a mesma origem: a forma como os dutos são instalados. Os dutos precisam ser enterrados durante todo o trajeto e isto envolve permissão das propriedades por onde ele passa e análises de impactos ambientais. Não é por acaso que o duto da Logum enfrenta esses dois gargalos. Problemas financeiros quase fizeram o projeto parar e as licenças ambientais estão atrasando o cronograma das obras.
Como está o desenvolvimento do projeto
Iniciado em novembro de 2010, o etanolduto deve percorrer 1300 km, passando por 45 municípios dos estados citados acima. Por enquanto, porém, apenas a primeira parte foi concluída, ligando Paulínia a Ribeirão Preto, num trecho de aproximadamente 206 km de extensão.
Além disso, o terminal de Ribeirão Preto conta com espaço para armazenamento de 50 mil litros de etanol, 18 baias de descarregamento, subestação, sistema de bombeamento e incêndio, e pacotes de instrumentação e automação.
O trecho finalizado já está em pré-operação e aguarda nova autorização da ANP para operar comercialmente.
Próximos etapas do álcoolduto
O próximo trecho a ser construído é o que liga Ribeirão Preto a Uberaba, mas ainda não há data definida para o início das obras, já que elas dependem de licenças ambientais para serem começadas.
Com esta indefinição e com o anúncio da Petrobras, no final de 2012, de que não faria o aporte financeiro prometido para o programa, o cronograma de implantação do álcoolduto foi alterado e a operação de todo o sistema, inicialmente prevista para 2015, deve ser adiada para 2018.
Projeto em discussão
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O Paraná está discutindo a construção de um álcoolduto ligando Sarandi, no norte do estado, a Paranaguá, passando por 23 municípios. Segundo responsáveis pelo projeto paranaense, uma rede de dutos para o transporte de etanol reduziria o volume de caminhões-tanque carregados de etanol nas estradas e, consequentemente, a emissão de GEE. Além, é claro, da economia na logística.
Notícias sobre o etanolduto:
Investimento da Logum em etanolduto deve dobrar captação em terminal de Uberaba (MG)
Jornal da Manhã (MG)
BP e Copersucar anunciam joint venture para operar terminal de Paulínia
Assessoria BP / Copersucar
