Os destaques sobre os preços dos combustíveis na semana de 20 a 26 de outubro:
Os valores do etanol subiram em 12 estados e no Distrito Federal e os da gasolina aumentaram em 16 unidades da federação
O consumo do biocombustível é tido como economicamente vantajoso em oito estados e no Distrito Federal
O preço do etanol hidratado subiu nas usinas goianas, paulistas e mato-grossenses
Levantamento de preços da ANP foi realizado em 348 cidades brasileiras
Entre os dias 20 e 26 de outubro, os preços do etanol subiram pela segunda semana seguida, enquanto os da gasolina apresentaram alta após um período de estabilidade. Assim, o biocombustível foi vendido, na média nacional, a R$ 4,05 por litro, alta de 0,5% ante os R$ 4,03/L anteriores; já o seu concorrente fóssil foi comercializado a R$ 6,11/L, incremento de 0,3% frente os R$ 6,09/L da semana anterior.
Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos – desta forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.
Apesar da alta, o preço do renovável se manteve dentro da faixa considerada economicamente favorável para o consumidor. Conforme a ANP, a relação entre o valor do etanol e o da gasolina foi de 66,3% na média nacional, menos vantajosa na comparação com os 66,2% de uma semana antes.
Nas médias estaduais, por sua vez, o biocombustível é considerado competitivo em oito estados e no Distrito Federal.
De 18 a 25 de outubro, o hidratado foi vendido pelas usinas de São Paulo a R$ 2,5598/L, alta de 0,3% frente aos R$ 2,5518/L do período anterior. Já as usinas goianas tiveram aumento de 1% e as mato-grossenses, de 2,3%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.
Em relação ao valor nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa da ANP foi feita em 348 cidades, três a mais do que no último levantamento. Ainda assim, houve uma queda ante pesquisas anteriores devido a uma redução na abrangência motivada por cortes orçamentários na agência.
De acordo com a ANP, de 20 a 26 de outubro, os preços médios do etanol subiram em 12 estados e no Distrito Federal, caíram em nove e ficaram estáveis em cinco. Já os da gasolina tiveram alta em 16 unidades da federação, diminuíram em oito e permaneceram estáveis em três.
Em São Paulo, o valor médio do biocombustível subiu 0,5%, para R$ 3,86/L. Já a gasolina foi vendida a R$ 5,92/L, com alta de 0,5%. Assim, a relação entre os preços ficou em 65,2%, seguindo em um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.
Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,21/L, com incremento de 1% na semana, enquanto a gasolina subiu 0,2%, indo a R$ 6,21/L. Com isso, a relação entre os preços dos combustíveis foi de 67,8%, um resultado vantajoso para o consumo do renovável.
Por sua vez, Minas Gerais registrou estabilidade no etanol, em R$ 4,19/L, e na gasolina, em R$ 6,12/L. Desta forma, o renovável custou o equivalente a 68,5% do preço do combustível fóssil, em um nível economicamente favorável.
Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve aumento de 0,3%, para R$ 3,72/L, registrando o menor valor dentre todos os estados. No período, a gasolina subiu 0,2%, para R$ 6,08/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 61,2%, a mais competitiva para o biocombustível no país.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol subiu 1,6%, para R$ 3,84/L, enquanto a gasolina caiu 0,7%, para R$ 5,91/L. Assim, o valor do biocombustível correspondeu a 65% do preço de seu concorrente fóssil, em uma relação comercialmente favorável para o renovável.
Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 68,8% do preço da gasolina, um patamar considerado vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol ampliou 0,7%, para R$ 4,26/L, e a gasolina subiu 0,2%, para R$ 6,19/L.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma inicial previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.
Entretanto, o alcance do estudo foi reduzido a partir de julho de 2024 devido a cortes no orçamento da ANP. Com isso, a abrangência máxima passou a ser de 358 cidades.
O levantamento mais recente totalizou 348 municípios. Sobre o assunto, a agência justifica: “É possível que a abrangência geográfica sofra variações em determinadas semanas, devido a problemas operacionais pontuais”.
Gabrielle Rumor Koster – NovaCana