Depois de uma queda no final de janeiro, os preços médios dos créditos de descarbonização (CBios), vinculados ao RenovaBio, voltaram a subir. Na primeira quinzena de fevereiro, os títulos custaram R$ 77,36, em média, alta quinzenal de 2,5%.
O valor está ainda 0,9% acima da média de negociação em 2025, de R$ 76,65. Mas ainda assim, está 11,1% abaixo da média histórica do programa, de R$ 87,06.
Os números são resultados de cálculos realizados pelo NovaCana com base nos dados da bolsa de valores brasileira B3, a única entidade registradora do RenovaBio.
Nas primeiras semanas de fevereiro, os créditos custaram entre R$ 73,85 e R$ 81. O menor valor foi visto no dia 4, enquanto o maior foi registrado no dia 11.
Segundo a B3, ocorreram 2,9 mil negociações no período, que movimentaram 5,89 milhões de CBios.
“Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a B3.
As usinas certificadas no programa emitiram 1,19 milhão de CBios na primeira quinzena de fevereiro, ainda de acordo com a B3. O montante representa uma alta de 16,8% em relação aos 1,02 milhão de créditos escriturados no mesmo período em 2024.
Desde o início do ano, as companhias já emitiram 5 milhões de títulos.
De acordo com a ANP, 327 usinas estão atualmente certificadas para a emissão dos créditos do RenovaBio. Destas, três fabricam biometano e outras 36, biodiesel.
Dentre as 288 usinas de etanol certificadas, 274 utilizam apenas a cana-de-açúcar como matéria-prima; seis processam cana e milho; sete apenas milho; e uma produz biocombustível de primeira e de segunda geração de forma integrada.
Desde o início do programa, em 2020, até agora, 163,74 milhões de créditos foram emitidos pelas usinas.
No dia 14 de fevereiro, a B3 fechou sessão com 21,05 milhões de créditos em circulação. Assim, os CBios disponíveis no mercado seriam suficientes para alcançar 52,1% da meta de 2025 do programa, de 40,39 milhões de créditos.
Do total, 13,12 milhões, ou 62,3%, estavam em posse das usinas certificadas. As distribuidoras detinham 37,3% do montante, ou 7,85 milhões de CBios. Já os 89,77 mil títulos restantes (0,4%) estavam com investidores sem metas.
Na primeira metade de fevereiro, 49,52 mil créditos foram aposentados, queda de 79,7% em relação aos 244,12 mil títulos que saíram de circulação no mesmo período de 2024. Na ocasião, o mercado se preparava para o encerramento do ciclo referente a 2023, marcado para o final de março.
Somando os créditos em circulação, os aposentados em 2025 e os 181 mil títulos que foram retirados de circulação de forma antecipada no ano passado, o volume chega a 21,58 milhões de CBios, ou 53,4% da meta anual.
No acumulado do ano, 346,64 mil CBios foram retirados de circulação.
Conforme a B3, a última aposentadoria feita por companhias sem metas a cumprir ocorreu no dia 9 de dezembro, com 17,67 mil créditos saindo de circulação.
Segundo as regras do RenovaBio, a retirada de títulos feita pelas chamadas “partes não obrigadas” pode ser deduzida dos objetivos finais do programa. Com isso, as aposentadorias feitas durante o ciclo 2024 devem ser contabilizadas neste ano.
Giully Regina – NovaCana
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