Usina Cruangi pretende fabricar mais açúcar na safra 2020/21
Terceira usina pernambucana a obter certificação para o RenovaBio, a Usina Cruangi acredita que as operações com biocombustíveis não devem ser vantajosas na safra 2020/21, que começa a partir de setembro para as usinas do Nordeste. Segundo a empresa, volumes remanescentes de gasolina e etanol ainda devem afetar o mercado.
Gerida pela Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (Coaf), a Cruangi planeja uma produção mais açucareira. Com isso, o volume de créditos de descarbonização (CBios) também deve ser menor que o inicialmente projetado.
“Nosso mix será mais açucareiro devido ao baixo preço do etanol praticado no mercado, afetado pela queda do consumo diante da covid-19 e pela concorrência frente à gasolina, que sofre desvalorização diante da baixa do petróleo”, afirma o presidente da cooperativa, Alexandre Andrade Lima.
Na safra 2019/20, concluída em fevereiro, a usina produziu 73 milhões de litros de etanol hidratado e anidro. Embora o mix para o ciclo 2020/21 ainda não esteja decidido, a chave deve ser virada para a produção de mais commodity, mesmo que as cotações também em baixa.
Preço da cana
A Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), também sob a presidência de Alexandre Lima, informou que o valor de açúcar total recuperável (ATR) caiu 8,5% em abril. O preço do quilo do açúcar, portanto, ficou em R$ 0,8167, o que aponta para um referencial de R$ 97,19 a tonelada da cana padrão. Em março, o valor foi de R$ 106,22.
Embora não haja mais cana para ser negociada, pois a região está em plena entressafra, Lima acredita que o valor do ATR em queda aponta para novos recuos, o que preocupa os produtores. Para calcular o preço da cana, é considerado o valor de mercado dos produtos das usinas.
Giovanni Lorenzon