Para Unica, primeiro ano do RenovaBio mostra interesse do mercado em reduzir emissões
O presidente da União da Indústria da cana-de-açúcar (Unica), Evandro Gussi, avalia que o resultado do primeiro ano do RenovaBio demonstrou que os participantes do mercado de combustíveis “querem construir uma nova realidade e entregar a redução de emissões de CO2 que a sociedade espera”.
O comentário foi feito a propósito dos números divulgados ontem, 19, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre o status do cumprimento das metas compulsórias das distribuidoras de combustíveis dentro da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), referente aos anos de 2019 e 2020.
“Ao todo, foram aposentados 14,53 mil créditos de descarbonização (CBios) pela parte obrigada até 31 de dezembro de 2020, correspondendo a 97,6% da meta compulsória de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa fixada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)”, detalha a Unica em nota.
A entidade lembra que cada CBio corresponde a 1 tonelada de CO2 equivalente que deixou de ser emitida na atmosfera. “Ou seja, o volume de títulos comercializados ano passado evitou o lançamento de mais de 14,5 milhões de toneladas dióxido de carbono pelo setor de transportes. Atualmente, 65% das empresas produtoras de etanol no País participam do RenovaBio, estando certificadas e aptas a emitirem CBios – essas empresas representam cerca de 85% da produção nacional de etanol”.
O montante divulgado, entretanto, não corresponde ao total de CBios comercializados ou aposentados no ano, mas aos créditos que foram contabilizados pela ANP para o atendimento da meta de 2019 e 2020. Conforme números da B3, 14,61 milhões de CBios foram aposentados até 30 de dezembro – o excedente corresponde ao cumprimento parcial da meta de 2021 e às aposentadorias realizadas por investidores sem metas a cumprir.
Em setembro do ano passado, os objetivos do programa foram reduzidos devido à queda no consumo de combustíveis ocasionada pela pandemia de covid-19, passando a ser de 14,898 milhões de CBios para 2019 e 2020. “A meta para 2021 foi fixada pelo CNPE em 24,86 milhões de CBios e o mercado já registra operações – 4,87 milhões de CBios estão disponíveis para negociação, sendo que as distribuidoras já adquiriram 506 mil créditos”, disse a Unica.
Embora o recurso não estivesse disponível no ano passado, o RenovaBio dá a possibilidade às distribuidoras de postergarem, para o ano seguinte, até 15% de suas metas individuais, desde que tenham cumprido a meta integralmente no ano anterior.
Atualmente, 217 unidades produtoras de etanol, 22 unidades produtoras de biodiesel e 1 produtora de biometano estão certificadas para emitir CBios. Por sua vez, 135 distribuidoras têm metas a cumprir.
Com informações adicionais e edição novaCana.com