Lucro da São Martinho dispara com alta nas vendas de açúcar; fixações avançam
Companhia afirmou que prevê encerrar a moagem das quatro unidades ainda este mês
A São Martinho reportou lucro líquido de R$ 331,89 milhões no segundo trimestre da safra 2020/21, ante R$ 61,98 milhões no mesmo período da safra anterior, contando com aumento de 74% no volume de vendas de açúcar, além de uma alta no preço médio de 9%.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado da companhia atingiu R$ 476,25 milhões no mesmo período, avançando 22,8%.
Em entrevista ao Valor Econômico, o CEO da companhia, Fabio Venturelli, afirmou que este foi o quarto maior resultado líquido trimestral da história da São Martinho.
Sozinhos, os precatórios do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) contribuíram com R$ 253 milhões do resultado. O valor é repassado à companhia pela Cooperativa de Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (Copersucar).
Além disso, devido a este desempenho, o conselho do grupo decidiu aprovar ontem, 9, o pagamento de R$ 120 milhões em juros sobre capital próprio aos acionistas.
Conforme aviso aos acionistas assinado pelo diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, Felipe Vicchiato, será repassado o valor de R$ 120 milhões, o equivalente a R$ 0,34644526 por ação.
O valor será pago em 10 de dezembro. A princípio, haverá retenção de Imposto de Renda, exceto para os acionistas que sejam comprovadamente imunes ou isentos.
Mercado de açúcar e etanol
A receita da São Martinho com açúcar cresceu 89,7% no segundo trimestre da safra 2020/21, para R$ 411,78 milhões, com a companhia sendo beneficiada pela desvalorização do real ante o dólar, além de preços sustentados no exterior por fatores como uma menor produção na Tailândia.
“Diante deste cenário, aceleramos nossas fixações de açúcar tanto para a safra 2020/21, como para a safra 2021/22”, destacou.
Em 30 de setembro de 2020, a empresa tinha cerca de 587,73 mil toneladas de açúcar fixadas para os próximos trimestres da safra 2020/21, a um preço médio de cerca de R$ 1.432 por tonelada.
Para a safra 2021/22, as fixações totalizavam cerca de 652,15 mil toneladas de açúcar, a um preço médio de R$ 1.540 por tonelada.
Por sua vez, a receita com etanol caiu 7%, para R$ 407,56 milhões, no segundo trimestre, com o açúcar sendo mais vantajoso para o setor nesta safra, já que a demanda de combustíveis sofreu com a pandemia.
Resultados no campo
A companhia processou 20,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no primeiro semestre da safra 2020/21, representando um aumento de 6,3% em relação ao mesmo período da safra passada, principalmente pelo maior aproveitamento do tempo para colheita, em decorrência do clima mais seco observado ao longo do período.
A companhia disse ainda que o aumento da moagem, combinado com um açúcar total recuperável (ATR) médio 5,1% superior, resultou em 11,7% mais de ATR no semestre.
Desta matéria-prima, 48% foi direcionado à produção de açúcar, gerando 1,34 milhão de toneladas – aumento de 39,4% no comparativo anual. Já a produção de etanol caiu 5,5% no período, chegando a 878 milhões de litros no semestre.
Roberto Samora
Com informações adicionais novaCana e Valor Econômico; edição novaCana.com