Os 30 problemas que o mercado sucroenergético precisa enfrentar

Um estudo apresentado no início do mês mapeou a dimensão do setor sucroenergético no Brasil. Um dos destaques do trabalho foi a síntese dos principais problemas enfrentados na cadeia produtiva da cana-de-açúcar que precisam ser solucionados por políticas públicas e iniciativas do setor produtivo.
Em relação aos problemas que não são possuem relação direta com o governo e precisam ser enfrentados exclusivamente pelo setor produtivo, 30 obstáculos foram encontrados.
Veja a seguir quais são eles, na visão do estudo elaborado pela Markestrat em parceria com a Fundace e a FEA/USP/RP.
- Falta de renovação dos canaviais, além da deficiência nos tratos culturais devido à falta de recursos e consequente envelhecimento.
- Plantios feitos em época desfavorável e utilizando variedades em proporções inadequadas.
- Plantios feitos em solos não corrigidos e pobres, priorizando rapidez na implantação, o que ocasionou redução de produtividade.
- Perdas originadas no sistema de plantio mecanizado em função de incompatibilidade das variedades de mudas com as plantadoras.
- Reduzidos investimentos em irrigação em decorrência da baixa rentabilidade.
- Apego ao tradicionalismo, dificultando a absorção de novas tecnologias.
- Falta de mudas de cana de açúcar para plantio em áreas de expansão.
- Danos na soqueira causando perdas de matéria-prima, diminuição da população de colmos e redução da qualidade tecnológica da cana colhida em função de eficiência do sistema de plantio mecanizado.
- Sub-aproveitamento do bagaço e palha da cana de açúcar.
- Baixa governança nas relações entre o setor industrial e os produtores integrados com vistas ao alcance de vantagens em custo, qualidade e agilidade.
- Baixo nível de compartilhamento de ativos.
- Falta de comprometimento e alta rotatividade anual de trabalhadores.
- Elevado custo de mão de obra.
- Baixo nível do uso de biotecnologia – ruptura pela modificação genética ou muda pré-brotada – comparado a outras culturas agrícolas.
- Pragas de difícil controle, com pouco conhecimento das mesmas em áreas de fronteira.
- Baixo nível de compartilhamento de ativos produtivos e dificuldade na redução de custos com a otimização dos menos.
- Produtividade suscetível às variações climáticas, que vem se mostrando menos favoráveis.
- Desestímulo a aderência de novas tecnologias em decorrência da atual forma de pagamento do CONSECANA.
- Falta de entendimento por parte de algumas usinas da importância da área de suprimento agrícola trabalhar de forma eficiente.
- Falta de valorização do produto e do produtor de cana de açúcar.
- Pouca atenção dada à área de planejamento de safra na usina, que ainda é feito com pouca visão agronômica.
- Baixo compartilhamento entre as usinas de informações relativas às boas práticas de gestão.
- Uso de métodos padronizados que desconsidera diferenças regionais entre usinas de um mesmo grupo reduzindo a eficiência da operação.
- Produtores com visão de custo por tonelada de ATR, ao invés de geração de renda por hectare.
- Falta de um orçamento com metas claras e fixas, que não oscile a partir de preços e margens esperadas.
- Desperdícios com gastos em transporte por falta de integração entre as usinas, que oneram o custo da matéria prima pelas longas distâncias transportadas.
- Organizações de pesquisa e extensão com pouca coordenação e crescente dificuldade de aceitação entre produtores.
- Gestão deficiente da informação gerada no setor produtivo.
- Pouca flexibilidade para direcionar a fabricação do produto que apresentar melhor rentabilidade na safra.
- Aumento dos custos de manutenção e da capacidade de produção ociosa
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