Vendas de etanol hidratado em 2020 ficarão entre 19,4 bi e 21,4 bi litros, calcula EPE
Para empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia, queda no consumo de combustíveis do Ciclo Otto será de até 17%
A pandemia de coronavírus mudou o panorama global do mercado de combustíveis e exigirá adaptações tanto de empresas privadas quanto de políticas governamentais. Para tentar entender os reflexos das medidas de isolamento social no Brasil e orientar possíveis decisões do governo nacional, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME) – elaborou um estudo em que projeta a demanda de combustíveis para 2020, 2021 e 2022.
“O retorno aos volumes praticados em 2019 irá depender de inúmeros fatores, tais como retorno e intensidade das atividades econômicas e da mobilidade”, explica o documento, disponibilizado no início de junho.
Em abril, o consumo de combustíveis do ciclo Otto caiu 30,2% ante o resultado visto um ano antes. Além disso, em meio a uma queda bruta no preço da gasolina, o etanol perdeu participação de mercado e registrou uma redução anual de 33,6% nas vendas do mês. Em março, a queda havia sido de 15,8% para o etanol hidratado e 14% para o ciclo Otto.
Segundo a EPE, por conta de resultados como esse, diversos países podem alterar medidas governamentais de apoio aos biocombustíveis. “Nos EUA, os volumes requeridos para atendimento a Renewable Fuel Standard (RFS) devem ser revistos, uma vez que se baseiam em projeções de demanda elaboradas em período pré-Covid-19”, exemplifica.
Em relação ao Brasil, o principal programa afetado é a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que teve início justamente neste ano. De acordo com o estudo, a queda na demanda por combustíveis resultará em uma menor disponibilidade de biocombustíveis no mercado e, consequentemente, em uma menor geração de créditos de descarbonização (CBios). “[O RenovaBio] deve ter suas metas de aquisição adequadas face a esta nova realidade”, assegura.
Para os cálculos de como a pandemia deve afetar o mercado nacional de combustíveis, a EPE considerou três cenários distintos, com períodos de distanciamento social de três, quatro e sete meses.
Saiba mais sobre os volumes projetados para o ciclo Otto e, mais especificamente, para a gasolina C e para o etanol hidratado no texto completo (disponível exclusivamente para assinantes).