Preços nos postos: Etanol é mais vantajoso que gasolina em três estados
A relação de preço entre o renovável o e seu concorrente fóssil ficou em 70% na média nacional
Os destaques sobre o preço dos combustíveis na semana de 4 a 10 de setembro:
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Os preços do etanol caíram em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal e os da gasolina em 25 unidades da federação
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O consumo de etanol é considerado economicamente vantajoso em Mato Grosso, Goiás e São Paulo
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O valor do hidratado teve redução nas usinas paulistas, mato-grossenses e goianas
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Levantamento de preços da ANP foi realizado em 430 municípios, 17 a menos do que na última semana
Os preços do etanol e os da gasolina seguem caindo na média nacional. Com isso, o país entrou na 19ª semana de baixa consecutiva para o renovável e na 11ª redução seguida para o combustível fóssil.
Entre 4 e 10 de setembro, o biocombustível passou de R$ 3,71 por litro para R$ 3,53/L, queda de 4,85%. Já a gasolina foi de R$ 5,17/L para R$ 5,04/L, uma diminuição de 2,5%. Em ambos os casos, os preços estão no menor patamar desde o período de 14 a 20 de fevereiro de 2021.
Os valores correspondem ao levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
De acordo com a ANP, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 70%, abaixo da relação de uma semana antes, que foi de 71,8%, e no limite da faixa considerada economicamente vantajosa para os consumidores.
Nas médias estaduais, por sua vez, o renovável se manteve competitivo em Mato Grosso e em São Paulo, voltando a ser vantajoso em Goiás.
Nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 2,3134/L para R$ 2,2275/L. A queda de 3,71% foi a quinta redução consecutiva, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.
Da mesma forma, houve uma retração de 7,1% nas produtoras goianas e de 5,7% nas mato-grossenses.
Variações nos estados
Segundo a ANP, de 4 a 10 de setembro, os preços do etanol caíram em 24 unidades da federação e no Distrito Federal, subiram em Rondônia e não foram divulgado no Amapá. Já os da gasolina tiveram redução em 25 estados, aumento na Bahia e manutenção no Amapá.
Entretanto, as comparações de valores nos postos não são exatamente precisas, já que o levantamento dos preços de combustíveis ainda não está sendo realizado em todas as cidades brasileiras e o número de localidades pesquisadas muda. Na semana analisada, foram obtidos dados de 430 municípios, 17 a menos do que no período anterior.
Em São Paulo, maior estado produtor e consumidor de etanol do país, o biocombustível teve um decréscimo de 4,8%, custando R$ 3,34/L em média. Já a gasolina foi vendida a R$ 4,89/L, redução de 3,2%. Com isso, a relação entre os preços ficou em 68,3%, abaixo do índice de uma semana antes, de 69,5%, e permanecendo economicamente favorável ao renovável. A pesquisa foi feita em 108 cidades, mesma quantia do último levantamento.
Já em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 3,29/L na média, queda semanal de 6,3%; enquanto isso, a gasolina caiu 2,8%, para R$ 4,83/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 68,1%, abaixo do índice de 70,6% da semana anterior e voltando a ser favorável ao biocombustível. Segundo a ANP, 17 cidades goianas foram consideradas, mesmo número em relação à semana anterior.
Por sua vez, Minas Gerais registrou um decréscimo de 4,6% no preço médio do etanol, que foi comercializado a R$ 3,53/L. A gasolina passou por uma retração de 2,4%, para R$ 4,99/L, em média. Desta forma, o renovável custou o equivalente a 70,7% do preço do combustível fóssil, índice inferior aos 72,4% vistos na semana anterior, mas com o etanol ainda sem competitividade na média do estado. No total, 55 municípios mineiros participaram da pesquisa, três a menos do que em uma semana antes.
Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve uma retração de 6,9%, indo para R$ 3,12/L, menor valor entre todas as unidades da federação. Na semana, a gasolina teve uma redução de 1,74%, passando a custar R$ 5,08/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 61,4%, inferior aos 64,8% de uma semana antes e com o etanol se mantendo economicamente vantajoso ao consumidor. Esta também é a menor relação entre os preços dos combustíveis dentre todos os estados. A ANP fez a pesquisa em sete municípios mato-grossenses, um a mais do que o total registrado no levantamento anterior.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 3,08%, ficando em R$ 3,78/L. A gasolina, por sua vez, teve uma baixa de 3,19%, para R$ 4,86/L. Assim, o biocombustível custou o equivalente a 77,8% do preço de seu concorrente fóssil, pouco acima dos 77,9% de uma semana antes e a mais alta relação dentre os seis principais estados produtores de etanol do país. Sete cidades participaram do levantamento.
Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 73,9% do preço da gasolina. No período, o renovável teve uma queda de 5%, sendo vendido por R$ 3,8/L na média estadual, o valor mais alto entre os maiores produtores do biocombustível. Já a gasolina baixou 2,65%, indo para R$ 5,14/L. No total, 28 cidades foram pesquisadas no estado, uma a menos do que na semana anterior.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Comparação comprometida
Após mais de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as comparações entre as análises não são precisas, já que o número de municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era previsto pela ANP.
Entre 4 e 10 de setembro, 430 cidades foram pesquisadas, 17 a menos do que no período anterior. O levantamento inclui todas as capitais dos estados brasileiros. Algumas localidades deixaram de participar no comparativo semanal, mudando o número de municípios de alguns estados.
Apesar da progressão no número de cidades, o total está abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.
Com este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou diminuir semanalmente.
Gabrielle Rumor Koster – NovaCana