Alta dos combustíveis: etanol segue perdendo competitividade no mercado
Com aumento de 1,57%, renovável se aproxima da linha favorável comercialmente estabelecida
Os destaques sobre o preço do etanol na semana de 8 a 14 de dezembro:
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Preço médio da gasolina subiu 0,71% e o do etanol, 1,57%
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Na média nacional, o renovável correspondeu a 68,7% do valor de comercialização do fóssil
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Em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, o consumo de etanol segue economicamente vantajoso para os motoristas
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O preço do etanol nos postos aumentou em 20 estados e no Distrito Federal, diminuiu em cinco e se manteve no Amapá
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Nas usinas de Mato Grosso e Goiás, o preço do biocombustível segue subindo, porém caiu em São Paulo
Com o incremento no aumento do preço médio do etanol nas bombas – após semanas de acréscimos discretos –, a competitividade do biocombustível está cada vez mais próxima do limite favorável perante a gasolina, indicando um alerta para os consumidores.
De acordo com os dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre 8 e 14 de dezembro, o valor do renovável foi equivalente a 68,7% do seu concorrente fóssil, o maior índice desde o fim de abril.
A variação de 0,73% no indicador – o maior das últimas semanas – novamente se deveu ao maior aumento no preço médio do etanol do que da gasolina. Enquanto o renovável passou de R$ 3,06 por litro para R$ 3,108/l entre as duas semanas, variando 1,57%, o fóssil passou de R$ 4,489/l para R$ 4,521/l, um aumento de 0,71%.
Variação nos estados
Conforme dados da ANP, na semana de 8 a 14 de dezembro, o preço do etanol nos postos aumentou em 20 estados e no Distrito Federal, diminuiu em cinco e se manteve no Amapá. Enquanto isso, a gasolina aumentou em 21 estados e no Distrito Federal, e caiu também em cinco.
Desta forma, o biocombustível permanece competitivo apenas nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.
Em São Paulo, estado que mais produz e consome etanol no país, o preço do biocombustível subiu 1,91% – chegando a R$ 2,931/l – e o da gasolina subiu 1,06%. Assim, a relação entre eles aumentou ante a semana anterior, chegando a 68%, ainda favorável para o biocombustível.
Já Mato Grosso apresentou o aumento de 3,63% para o etanol – o segundo maior da análise. Ainda assim, segue registrando o menor valor dentre os estados e o único abaixo dos R$ 3,00/l: R$ 2,827/l. Como a gasolina subiu 0,78%, a relação entre eles foi para 61%, que indica o biocombustível mais competitivo do país.
Em Minas Gerais, o etanol subiu 1,38% e a gasolina baixou 0,23%. Com isso, a relação entre eles subiu para 66,3%, ainda favorável ao renovável.
Já Goiás registrou o aumento de 0,58% para o biocombustível, que ficou em R$ 3,268/l, e de 0,21% para a gasolina. Assim, a relação entre eles teve um pequeno acréscimo, para 69,3%, ficando ainda mais próxima do limite da competitividade do renovável.
No Paraná, o etanol teve um aumento de 1,33% e a gasolina, de 0,49%. Assim, a relação entre eles chegou a 72,5%, acima da semana anterior e do limite considerado favorável para o biocombustível.
O estado apresenta o segundo indicador mais alto dentre os seis grandes produtores, pois o Mato Grosso do Sul, com índice de 82,4%, não apresenta etanol competitivo.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2001 estão disponíveis na planilha interativa (exclusivo para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Usinas
As usinas de Mato Grosso e Goiás seguem apresentando aumentos no valor de comercialização do etanol. As goianas registraram aumento de 1,22% entre as duas últimas semanas.
Mato Grosso, por sua vez, teve ampliação de 2,86% na cotação do etanol hidratado em relação à última análise.
Já o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado em São Paulo apresentou uma redução, de 0,82%, no mesmo comparativo.
Gabrielle Koster e Rafaella Coury – novaCana.com