Com setor tradicionalista, novas variedades de cana demoram para emplacar
“É um setor extremamente tradicionalista. Isso, por si só, já é um impeditivo para a adoção de novas variedades”, afirma o diretor comercial do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Luis Gustavo Dollevedo.
O conservadorismo do segmento faz com que exista a necessidade de se comprovar exaustivamente a capacidade de novas variedades ante as já utilizadas, um cenário que ganha ares cômicos como evidenciada na charge ao lado, publicado pela novaCana no ano passado. Soma-se ainda o fato de que a cana-de-açúcar tem uma longevidade relativamente grande e que o desenvolvimento das espécies leva um tempo considerável, a substituição das lavouras acaba se tornando bastante demorada.
Segundo o pesquisador da Embrapa Bioenergia, Hugo Molinari, há variedades com 20, 30 anos, que continuam figurando em larga escala nos canaviais brasileiros. Dependente de adaptação devido à biologia do material e, obviamente, de retorno financeiro, a mudança não está vindo como deveria. “Ainda se está ganhando dinheiro com essas variedades, além de que não é de um ano para o outro que uma nova espécie vai ocupar o mercado”, explica Molinari.
A seguir, a reportagem do portal novaCana.com mostra um panorama sobre a atualização varietal dos canaviais brasileiros e os desafios a serem enfrentados para a atualização do plantel, incluindo gráficos com:
- área plantada versus idade das variedades RB
- índices de concentração varietal (ICV) e de atualização varietal (IAV)
- o granho de produtividade da cana em comparação com outras culturas agrícolas
- os efeitos da colheita mecanizada sobre as impurezas da cana