Meiosi pode custar pouco mais de R$ 6 mil por hectare para plantadores de cana
Números de exercício hipotético do Pecege estão próximos da realidade dos produtores
O Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente, ou apenas meiosi, apesar de não ser novidade nos canaviais brasileiros – já que a prática foi idealizada nos anos 1980 pelo agrônomo José Emílio Teles de Barcelos –, vem ganhando força nos últimos anos.
Com o recente aprimoramento de ferramentas de agricultura de precisão e o ganho em escala na produção de mudas pré-brotadas (MPB), a técnica foi impulsionada. Conforme dados preliminares do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege), cerca de 20% do plantio de cana do Centro-Sul em 2018/19 foi feito por meio da meiosi.
No método, o canavial é dividido de forma que as mudas de cana-de-açúcar sejam plantadas em linhas. Assim, no vão entre elas, há espaço para que outra cultura possa ser cultivada, como a soja, o amendoim ou o feijão.
Além dos benefícios trazidos pela rotação de culturas, a principal vantagem é que o usineiro consegue reduzir custos operacionais, especialmente pela otimização da logística e o consumo de mudas. A economia pode variar, em média, entre 25% e 35%, conforme o estudo do Pecege.
“É uma redução significativa, especialmente diante do contexto de alta de custos e queda de produtividade”, expressa o professor João Rosa, que atua como gestor de novos projetos do Pecege, em artigo publicado no LinkedIn sobre os custos da meiosi.
No texto, o professor alerta para a falta de conhecimentos sobre o tema, principalmente quanto à determinação dos custos operacionais. Para esclarecer a questão, ele desenvolveu um sistema em planilhas para contabilizar os gastos que o produtor teria a partir da meiosi.
Os números usados são fictícios, mas ele alega que estão próximos da realidade dos produtores.
Confira, na versão para assinantes, os três passos para descobrir o custo da meiosi no canavial e um infográfico explicativo do processo.