Usinas avaliam que preços do açúcar atingiram piso
Traders avaliam que os preços do açúcar no mercado internacional atingiram o piso neste ano, e que a redução do superávit traz um viés altista para as cotações no médio prazo. Mas o mercado deve experimentar mais volatilidade a partir de agora, enquanto ainda se busca um plano de contingência para os embarques de açúcar no Porto de Santos, após o incêndio que destruiu seis armazéns da Copersucar na sexta-feira. A avaliação foi enfatizada por executivos da Raízen, São Martinho, Sucden e EDF Man que participaram nesta terça-feira, 22, de painel sobre o mercado mundial de açúcar na 13ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol. A Copersucar cancelou sua participação.
Ivan Melo, da Raízen, disse que a empresa trabalha com preços entre 18 cents de dólar por libra-peso e 22 cents/lb. Sobre o impacto do incêndio nos armazéns da Copersucar no Porto de Santos, afirmou que as consequências são difíceis de avaliar por enquanto.
Helder Gosling, da São Martinho, ponderou que o mercado vinha criando uma "certa sustentação quando se começou a observar um mix mais alcooleiro" na safra, mas que agora, após as perdas da Copersucar, uma maior volatilidade no mercado pode ocorrer. Gosling ponderou, também, que o incêndio terá impacto na safra de grãos, especialmente porque os terminais eram postos de armazenagem e que, sem eles, "você perde na retaguarda", prejudicando a logística da usina até o porto. "Eu creio que esse é um momento singular, porque a forma de eliminar gargalo no porto é ter transporte eficiente", disse. Ele pediu que os contratos de operação ferroviária sejam cumpridos, para minimizar gargalos logísticos.
Jeremy Austin, da Sucden, complementou que o consumo de açúcar e etanol segue crescendo, em direção contrária à produção, que opera no limite da capacidade. "De onde virá o crescimento da produção?", questionou. Segundo ele, há um viés altista para o mercado no médio prazo.