Petróleo em baixa e dólar em alta fazem preços do açúcar despencarem
Pelo segundo dia consecutivo na semana, os preços do açúcar tiveram baixa na bolsa de Nova York. Ontem (4), os contratos para março/15 fecharam com uma expressiva desvalorização de 25 pontos e negócios firmados em 15,68 centavos de dólar por libra-peso.
Os analistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico de hoje (5) explicaram que houve pressão da queda do petróleo, da alta do dólar e do corte de estimativas para o crescimento da zona do euro. Há também perspectivas de que o Centro-Sul do Brasil demore mais para terminar a moagem por causa das recentes chuvas, segundo Gabriel Elias, da Olam International.
Já Bruno Lima, da FCStone, acredita que o próximo relatório da Unica sobre a segunda quinzena no Centro-Sul apresentará volume expressivo de produção de açúcar por causa da seca, compensando a quantidade de usinas que finalizaram a moagem de 2014/15.
Em Londres, no vencimento dezembro/14, o preço da commodity voltou a cair. Ela teve uma queda de 6 dólares e negócios firmados em US$ 416,70 a tonelada.
Mercado interno
O açúcar no mercado paulista seguiu valorizado ontem. Segundo índices medidos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), a saca de 50 quilos do tipo cristal foi vendida pelas usinas paulistas a R$ 49,51, uma alta de 0,10% comparada com a véspera.
Pesquisadores do Cepea afirmam que a elevação dos preços do açúcar no último mês foi reflexo da postura mais firme das usinas, que elevaram os valores pedidos. Algumas, inclusive, já encerraram a moagem deste ano, sendo que no mesmo período do ano passado, a maioria ainda estava ativa.
Etanol diário
Os preços do etanol hidratado também seguiram em alta. Segundo os índices medidos pela Esalq/BVMF, as usinas paulistas negociaram o biocombustível a R$ 1.106,50 o metro cúbico, uma valorização de 2,17%.
Patrícia Mendonça