Etanol, álcool ou álcool etílico são palavras que se referem à mesma substância: um composto orgânico de fórmula C2H6O. Tanto o álcool combustível, como bebidas alcoólicas, produtos de limpeza, tintas e qualquer outro produto que contenha o composto utiliza o mesmo álcool, obtido por fermentação do açúcar ou síntese em laboratório. As diferenças ocorrem na destilação, utilizada em algumas aplicações do álcool, e nos processos de pós-produção do produto.
Apesar de estar presente em diversos produtos do cotidiano, o etanol é mais utilizado, atualmente, como combustível. Para se ter uma ideia, na safra 2012/2013, foram produzidos mais de 21 bilhões de litros do biocombustível, o que equivale a 8.400 piscinas olímpicas. Deste volume, foram consumidos aproximadamente 18 bilhões de litros e pouco mais de 3 bilhões foram exportados.
Em sua aplicação como combustível, o etanol está presente de forma pura ou misturado à gasolina. O etanol comum vendido nos postos é o álcool etílico hidratado, uma mistura com cerca de 96% de etanol e o restante de água. Já o etanol misturado à gasolina é o álcool anidro, um tipo de etanol que possui pelo menos 99,6% de álcool puro. Na gasolina brasileira a proporção de etanol misturado ao combustível varia de 20% e 25%, de acordo com determinação do governo.
Por ser obtido de vegetais, o etanol é considerado um combustível renovável, ou seja, não se esgota. É também um combustível sustentável, pois grande parte do gás carbônico lançado na atmosfera em sua produção é absorvido pela própria cana-de-açúcar durante a fotossíntese. É calculado que o etanol reduz em 89% a emissão de gases de efeito estufa se comparado à gasolina. Além disso, ele lança menos gases poluentes em comparação com os combustíveis derivados do petróleo, o que o torna um dos mais viáveis ecologicamente.
Mais informações em: Aplicações e usos do etanol
Embora seja orgânico, o etanol não é encontrado puro na natureza e precisa ser fabricado. Há processos complexos para a obtenção da substância, porém, o mais difundido é a fermentação de açúcares de plantas ricas em açúcar ou amido, como cana-de-açúcar, milho, beterraba e sorgo, sendo a cana-de-açúcar a mais simples e produtiva.
Isso dá ao Brasil uma grande vantagem, visto ser esse o principal produto de extração de etanol no país. A produtividade média de geração de etanol por hectare de cana, por exemplo, é de 7500 litros, enquanto a mesma área de milho, principal matéria prima do álcool produzido por fermentação nos Estados Unidos, produz 3 mil litros do combustível.
Nas usinas, a planta é esmagada para se obter o caldo, no qual são jogadas leveduras (fungos) que realizam a fermentação. Existe também a possibilidade de extrair os açúcares para produção de etanol da biomassa da cana, ou seja, da palha e do bagaço que, atualmente, sobram da produção "comum". Porém, a primeira usina no país a utilizar este novo método só vai ficar pronta em 2014.
Boa parte da população brasileira associa o etanol à um exemplo de produto com a cara do Brasil, graças ao histórico de cultivo de cana-de-açúcar, a matéria-prima mais eficiente para produzir etanol. E realmente o Brasil tornou-se referência mundial em produção sustentável e eficiente do produto. Mas somos apenas o segundo país que mais produz etanol, os maiores são os EUA. Eles, no entanto, fabricam etanol com milho, uma matéria-prima menos eficiente.